segunda-feira, 1 de outubro de 2007

FÉ NO AMOR MISERICÓRDIOSO - Parte II

Para compreendermos inteiramente a fé no amor em Teresinha, é preciso dar um passo ainda para atingi-la mais intimamente. Este amor que ela creu tem um nome particular: é o Amor misericordioso!

Atualmente Deus nos ama não só gratuitamente, sem mérito de nossa parte, mas do jeito que somos, miseráveis, por cauda de nossa extrema e excessiva miséria, porque somos miseráveis.

A glória de Deus é que creiamos nesse amor puramente misericordioso. Mas a nossa alma orgulhosa não quer admitir: não quer ser só miséria, não quer ser objeto de pura misericórdia de Deus. Ela não compreende o amor misericordioso. Mas, não se trata de compreendê-lo: trata-se de crer simples e firmemente, como Teresinha. Depois a verdadeira luz divina nos fará compreender.

É na humildade do espírito que aceita a absoluta miséria humana e que crê e se lança na incompreensível compaixão de Deus por esta miséria com toda a simplicidade, como Teresinha, sem explicação nem pretensão de compreender.
“O QUE AGRADA A DEUS EM MINHA ALMA É VER-ME AMAR MINHA PEQUENEZ E POBREZA, É A ESPERANÇA CEGA QUE TENHO EM SUA MISERICÓRDIA”.

O amor a misericórdia é a condição necessária para compreendermos os mistérios e recebermos em nossas almas suas graças e frutos.
Só se conhece verdadeiramente a Deus humilhando o próprio espírito, entrando em Deus pela fé pura, tal como o evangelho no-lo propõe e impõe: fé no amor puramente misericordioso por nossa absoluta miséria.

Teresinha compreendeu isso muito bem, através dos olhos iluminados do coração, isto é, mais pelo coração que pelo espírito, mais pelo amor que pela inteligência.

Ela conheceu a Deus, como ele quer ser conhecido, ousou amá-lo como filha; ousou entrar com sua miséria em relações bem simples e familiares com seu Deus. Por que? Porque ela creu-se misericordiosamente amada pelo Pai das misericórdias, que é cioso desse titulo...

Entregar-se, miserável, ao amor de Deus é a vida para nossas almas. Porém a condição para se entregar é crer firmemente no amor misericordioso. Crer? Entendemos que a fé é por certo uma virtude intelectual, mas o coração e a vontade têm sua parte.

O amor aumenta singularmente o poder, a acuidade do olhar da inteligência iluminada pela fé: tal foi a fé, o olhar da fé de Teresinha.
É só amando que se conhece convenientemente e Deus revelado pela fé. Creio que é esse o sentido profundo da palavra de São João (1Jo 4,8).

A fé, nos propõe vê Deus como amor misericordioso, atrai, convida, solicita nosso pobre coração a ter ousadia de amá-lo. E quando o coração cede, a fé entra mais plenamente na posse de seu objeto divino: ela vê que é esse Deus de que necessitava nosso miserável coração.

Deus, amor misericordioso, eis o objeto que São Paulo e São João apresentam à nossa fé (cf. Ef 2,4-5; 1Jo 4,10; 1Jo 4,16).
É esta fé que pede o evangelho, e Teresinha compreendeu. Creiamos humilde e simplesmente, no amor misericordioso, puramente. Humilhemos nossa ciência orgulhosa: reconheçamos que não somos senão ignorância e miséria! Peçamos a graça das graças de irmos, como Teresinha, simplesmente e com humildade, até o mais profundo desta fé: eis toda a santidade!

1-Você crer no amor de Deus por você?
2-Sente-se amada por Deus?

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